17 de agosto de 2010

Pesquisa histórica e cinema: O cangaço inovador do filme Baile Perfumado

No filme Baile Perfumado (Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1996), Lampião, ao contrário de uma imagem de “revolucionário”, tem anseios “burgueses”; ao contrário de um movimento conservador, o cangaço dialoga com a modernidade tecnológica, com o mundo contemporâneo, mesmo tendo sido destruído por esse mundo. No Baile, Lampião, e seu bando, não são vítimas do sistema, não são o resultado de uma sociedade injusta, a qual se opõem, mas, ao contrário, fazem parte dela. São um poder na disputa social: Lampião é o “governador do sertão”.

Esse filme apresenta interpretações historiográficas inovadoras que não estão dissociadas das pesquisas históricas empreendidas pelo consultor do filme, Frederico Pernambucano. E é interessante perceber como no filme esse diálogo estabelecido entre cineastas e pesquisador resultou em uma obra, ao mesmo tempo cinematograficamente genial e historicamente interessante.





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