O historiador lida constantemente com um outro, distante no tempo e no espaço. Mas, o que é falar desse outro? Quem é o outro? E quem é esse eu que fala de um outro? [...]
Não é apenas o historiador que se aventura nas searas das temporalidades. Existem diversas formas artísticas e culturais que tem como personagens esses outros distantes no tempo, e também no espaço. O cinema é um desses meios que algumas vezes tomam como foco a alteridade do passado. No entanto, nem a história, nem o cinema, ou melhor, nem um historiador nem um cineasta conseguem apagar as marcas do próprio discurso e do próprio fazer. E o outro do qual parece se falar não é o outro do qual se fala. Há uma dinâmica intrincada entre o autor e o relato, entre os eus e os outros nesse processo de representação/interpretação do passado.
FONSECA, Vitória A. Eus e olhares sobre os outros: relatos de Hans Staden e suas releituras cinematográficas
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