16 de dezembro de 2011

Abolição (Zózimo Bulbul, 1988)



O filme Abolição, realizado no seu centenário, traz diversos questionamentos sobre as consequências da abolição para os negros. Com variados depoimentos de estudiosos, artistas, dentre outros, o filme constrói o seu argumento demonstrando como a população negra foi institucionalmente excluída e marginalizada ao longo dos anos. O filme traz referências importantes  para o debate sobre esse processo de exclusão centenária. (V.A.F)













Trechos retirados do filme Abolição

Download do filme: clique aqui
  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO: Zózimo Bulbul
    • ROTEIRO: Zózimo Bulbul 
    • MONTAGEM: Severino Dadá
    • DURAÇÃO: 150 minutos
    • ANO: 1988
    • OBS: Depoimento de Joaquim Barbosa, dentre outros.

13 de dezembro de 2011

Jango (Silvio Tendler, 1984)



O filme documentário Jango, ao narrar a trajetória do presidente João Goulart, deposto pelo Golpe Militar de 1964, constrói uma interpretação sobre a atuação do presidente e a injustiça sofrida com o golpe. Sua interpretação, no entanto, é marcada pela própria época, da mesma forma que as interpretações historiográficas que, em momentos próximos ao golpe, não "ousavam" criticar a atuação do presidente. Assim, o filme, como produto de um tempo, pode ser visto como uma interpretação historiográfica e também como um documento. (V.A.F.)                                                                        


Trecho do filme
assista ao filme inteiro aqui

  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO e ROTEIRO: Silvio Tendler
    • MONTAGEM: Francisco Sérgio Moreira
    • DURAÇÃO: 117 minutos
    • ANO: 1984

6 de dezembro de 2011

Os Anos JK, uma trajetória política (Silvio Tendler, 1980)

O documentário Os anos JK, uma trajetória política tematiza o período do governo de Juscelino Kubitschek enfocando principalmente as características que o marcaram como um período democrático no meio de duas ditaduras. Assim, são ressaltadas as situações e qualidades de JK como um político conciliador, defensor da democracia e respeitador da legalidade. Realizado em anos próximos da Ditadura Militar, o filme toma JK como um político exemplar e assim faz uma crítica ao período posterior. Desta maneira, compreendo que a trajetória política apresentada no título é menos a de JK e mais a da política brasileira entre as décadas de 1940 e 1970. (V.A.F)
Anos JK - filme integral
  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO: Silvio Tendler
    • ROTEIRO: Claudio Bojunga
    • MONTAGEM: Francisco Moreira e Gilberto Santeiro
    • DURAÇÃO: 110 minutos
    • ANO: 1980

  • Alguns textos sobre o filme:

2 de dezembro de 2011

Baile Perfumado (Paulo Caldas e Lírio Ferreira, 1996)

O filme Baile Perfumado, longa metragem de estréia dos seus diretores, surpreendeu a crítica e a platéia. O filme desconstrói a comum imagem de um Nordeste seco para mostrar a vivacidade da sua natureza. Realizado a partir de pesquisas históricas acuradas, o filme leva para as telas a ideia de modernidade entrando no sertão e constrói uma narrativa para as imagens sobreviventes de Benjamim Abrahão que registrou Lampião e seu bando. Com atuações cativantes, músicas envolventes e dinâmicas, movimentos de câmera ousados e interpretações inovadoras, Baile Perfumado cria uma bela embalagem para os poucos minutos das imagens de Abrahão. (V.A.F)


Trailer do filme

  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO: Paulo Caldas e Lírio Ferreira
    • ROTEIRO: Paulo Caldas, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda
    • MONTAGEM: Vânia Debs
    • DURAÇÃO: 93 minutos
    • ANO: 1996

23 de novembro de 2011

Guerra de Canudos (Sérgio Rezende, 1997)



O filme Guerra de Canudos, cujo roteiro foi escrito a partir da obra de Euclides da Cunha, compõe sua narrativa a partir da trajetória de uma família de sertanejos que se envolve com a luta de Antônio Conselheiro. O filme, como uma adaptação, no entanto, não conseguiu construir uma narrativa suficientemente livre ficando, ao contrário, preso ao relato escrito e perdendo as possibilidades do meio cinematográfico. Há várias cenas cuja única função no relato parece a de ilustrar o livro de Euclides da Cunha o que acaba tornando o filme sem um dinamismo e uma dramaticidade possíveis ao meio e ao tema. (VAF)


Trecho do filme Guerra de Canudos
  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO: Sérgio Rezende
    • ROTEIRO: Sérgio Rezende e Paulo Halm
    • MONTAGEM: Isabelle Rathery
    • DURAÇÃO: 169 minutos
    • ANO: 1997

22 de novembro de 2011

O Velho, a história de Luiz Carlos Prestes (Toni Venturi, 1997)


O filme documentário O Velho, a historia de Luiz Carlos Prestes, narra a trajetória do seu personagem título, desde o início do seu envolvimento com a política, na década de 1920 até sua morte em 1993. Prestes, figura política de destaque da esquerda brasileira, atuou, durante maior parte de sua vida, ligado ao Partido Comunista Brasileiro. Com ricas imagens documentais, fruto de uma pesquisa de imagens acurada, o filme narra a trajetória do personagem e seu vínculo com os principais fatos políticos da história brasileira do século XX. 



Trailer

  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO: Toni Venturi
    • ROTEIRO: Di Moretti
    • MONTAGEM: Cristina Amaral
    • FOTOGRAFIA: Cleumo Segond
    • DURAÇÃO: 100 minutos
    • ANO: 1997



                                

21 de novembro de 2011

Besouro (João Daniel Tikhomiroff, 2009)

O filme Besouro recria e atualiza nas telas de cinema o mito popular do capoeirista Manoel Henrique Pereira, que viveu na Bahia entre fins do século XIX e início do XX. O filme, recheado de imagens fantásticas e mágicas, incorpora o discurso mítico e constrói a imagem de um herói negro e defensor de seu povo contra os maus-tratos sofridos, mesmo após a abolição. Ambientado numa comunidade em torno de um engenho de açúcar, a relação estabelecida entre brancos e negros é pautada em relações escravagistas. O filme é visualmente e narrativamente muito bem construído. (V.A.F.)
Trailer
  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO: João Daniel Tikhomiroff
    • ROTEIRO: João Daniel Tikhomiroff, Patrícia Andrade, Braulio Tavares
    • DURAÇÃO: 94 minutos
    • ANO: 2009
    • CENSURA: 14 anos  

Memórias Clandestinas (Maria Thereza Azevedo, 2008)



O documentário Memórias Clandestinas constrói sua história pautada pelas memórias de Alexina Crespo e seus quatro filhos. Memórias pessoais, familiares, sociais e políticas. O espectador é convidado a participar dessa narrativa familiar a partir de uma antiga casa, destruída pelo tempo, na qual viveu a família nos tempos das lutas camponesas e das perseguições políticas sofridas por Francisco Julião. O documentário começa com a antiga casa, evolui a partir de suas lembranças, relatadas na casa do presente e termina com a volta para casa, o Brasil, narrando as emoções e sentimentos na volta do exílio. A casa antiga, o lugar inaugural dessa história relacionada ao movimento das Ligas camponesas, a casa do presente, o lugar do relato. Essa relação estabelecida com o espaço físico da casa se transformou num eixo narrativo, o espaço a partir do qual emergem as memórias. Assim, mesclas de imagens no presente e as lembranças da casa do passado vão compondo um mosaico de conexões entre lembranças de tempos sobrepostos. Nesse processo de rememoração o dito e o não-dito vêm à tona compondo falas e silêncios, possibilitando algumas perguntas e impossibilitando outras. (V.A.F e M.T.A)


Trailer


completo

  • Ficha técnica
    • DIREÇÃO E ROTEIRO: Maria Thereza Azevedo
    • PRODUÇÃO: Camila Tavares, Cristiano Ramalho, Vitória Fonseca, Maria Thereza Azevedo
    • EDIÇÃO: André Francioli
    • DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Jane Malaquias, Tião Fonseca
    • ANO: 2008
    • DURAÇÃO: 70 minutos

17 de novembro de 2011

O Cineasta da Selva (Aurélio Michiles, 1997)

O filme O Cineasta da Selva narra a trajetória do pioneiro do cinema amazonense Silvino Santos mesclando imagens documentais, registradas pelo próprio Silvino Santos, e imagens dramatizadas. José de Abreu interpreta o personagem principal que, ao longo do filme, vai narrando a sua trajetória para a câmera. O filme traz  interpretações de variadas tradições do processo de elaboração da memória em torno do personagem e do próprio cinema no Amazonas. Com diferentes eixos narrativos o filme não fica preso à apenas uma dimensão da vida do biografado e dialoga com diferentes construções de memórias. Uma delas é o relato auto biográfico de Silvino que pauta as suas biografias, a outra está relacionada às imagens produzidas pelo cineasta e uma terceira remete à construção coletiva da memória do pioneiro.



Trechos do filme O cineasta da selva

  • Ficha Técnica:
    • DIRETOR: Aurélio Michiles
    • ROTEIRO: Júlio Rodrigues e Aurélio Michiles
    • MONTAGEM: Roberto Moreira
    • DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA: Felipe Daviña
    • ANO: 1997
    • DURAÇÃO: 87 minutos

14 de novembro de 2011

Sonhos Tropicais (André Sturm, 2002)


O filme Sonhos Tropicais (André Sturn, 2002) narra a trajetória de personagens que irão encontrar-se na Revolta da Vacina, um episódio do passado brasileiro ocorrido no Rio de Janeiro em 1904. Dentre os personagens estão Esther, uma polaca trazida para o Brasil com a promessa de um casamento que, no entanto, é levada à prostituição; Oswaldo Cruz, recém chegado ao Brasil que, em suas pesquisas incansáveis, busca da cura de doenças epidêmicas. Além destes, outros personagens passeiam pelo filme compondo o cenário social fragmentado que antecedeu a citada Revolta: o negro capoeirista Prata Preta, um malandro carioca, Amaral, dentre outros. Baseado no romance homônimo de Moacyr Scliar, o filme não se prende ao relato escrito e compõe uma narrativa que mescla personagens ficcionais e personagens com referências históricas. E, numa legenda provocativa, nos leva a refletir sobre o processo de ficcionalização em filmes historiográficos: "Todos os fatos são reais, mesmo os inventados".  (V.A.F.)


Cenas do filme Sonhos Tropicais



  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO: André Sturm
    • ROTEIRO: Fernando Bonassi, Victor Navas e André Sturm
    • MONTAGEM: Cristina Amaral
    • PRODUÇÃO: André Sturm
    • FOTOGRAFIA: Jacob Solitrenick
    • MÚSICA: Eduardo Queiróz
    • ANO: 2002
    • DURAÇÃO: 120 minutos

12 de novembro de 2011

Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, 2005)

O filme Vlado, 30 anos depois, de maneira emocionante, traz uma narrativa sobre as circunstâncias do assassinato de Vladimir Herzog.  As experiências do grupo de jornalistas, do qual também fazia parte Herzog, se mesclam e se confundem. É como se a história de um fosse a história de todos. E a história de Vlado não é apenas dele. Falar de sua morte é como falar da morte de um pedaço de cada um  dos depoentes, que compartilharam da mesma experiência. O próprio diretor é parte daquele grupo de amigos vitimados pela "briga de elefantes", inclusive, o diretor "cede" sua cadeira aos entrevistados num convite a compartilhar suas experiências. A câmera, muitas vezes na mão do diretor, gera imagens instáveis e próximas e alguns dos depoentes se expressam de maneira bastante íntima.  O filme, de forma criativa e  envolvente sensibiliza para o sofrimento daqueles que passaram pela tortura e pela arbitrariedade da violência empregada pela Ditadura Militar. Vale ressaltar um elemento, também simbólico, citado no filme, que é o capuz. Citado pelos depoentes como símbolo da tortura, ele pode ser também um símbolo do período no qual as ações clandestinas dos torturadores estavam encobertas, e do presente, pela falta de visibilidade documental. Quando poderemos tirar esse capuz? Até quando a memória será torturada pela cegueira? (V.A.F.)

Trailer Vlado, 30 anos depois


  • Ficha Técnica
    • ROTEIRO e DIREÇÃO: João Batista de Andrade
    • FOTOGRAFIA: Fabiano Pierri
    • FOTOGRAFIA ADICIONAL: Carlos Ebert
    • CAMERA: João Batista de Andrade
    • MONTAGEM: Landa Costa
    • FINALIZAÇÃO: Paula Pripas


13 de setembro de 2011

O poeta do Castelo (Joaquim Pedro de Andrade, 1959)

O filme O Poeta do castelo, de maneira poética, traz imagens do cotidiano do poeta Manuel Bandeira ao som de suas poesias.




Assista ao filme

7 de setembro de 2011

Mauá, o imperador e o rei (Sergio Rezende, 1999)

O filme Mauá, o imperador e o rei narra a trajetória de Irineu Evangelista de Souza e aborda um grande período de sua vida. A partir de uma narrativa episódica o filme exibe a vida de Mauá como um processo de ascensão e decadência. Apesar das declarações em contrário, a estrutura narrativa biográfica é muito semelhante à do livro Mauá, o empresário do império, de Jorge Caldeira. Baseado ou não no livro a semelhança nos aponta para uma questão importante na escrita da história: ela nunca deixará de ter uma autoria. Assim, parece que os roteiristas do filme trataram a narrativa da vida de Mauá como se fosse uma verdade em si mesma e não como uma construção narrativa resultado de um olhar e de um ponto de vista. (V.A.F.)


  • Veja o trailer do filme:

  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO: Sérgio Rezende
    • ANO DE LANÇAMENTO: 1999
    • DURAÇÃO: 132 minutos.
    • ROTEIRO: Paulo Halm, Sérgio Rezende e Joaquim Vaz de Carvalho
    • EDIÇÃO: Isabelle Rathery
    • PRODUÇÃO: Joaquim Vaz de Carvalho
    • FOTOGRAFIA: Antônio Luiz Mendes
    • MÚSICA: Cristovão Bastos
    • FIGURINO: Kika Lopes

Batismo de Sangue (Helvécio Ratton, 2007)

O filme Batismo de Sangue é baseado no livro de memórias Batismo de sangue. Guerrilha e Morte de Carlos Marighella de Frei Betto (1982) no qual o autor narra as circunstâncias da morte de Carlos Marighella e o envolvimento dos dominicanos com a luta armada. O filme, no entanto, foca sua narrativa nos personagens dominicanos e o envolvimento com a resitência à Ditadura Militar. (V.A.F)

  • Veja o trailer:

 

  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO: Helvécio Ratton
    • ROTEIRO: Dani Patarra e Helvécio Ratton
    • DURAÇÃO:  110 minutos
    • ANO DE LANÇAMENTO: 2007
    • ADAPTADO DE: "Batismo de Sangue" (Frei Betto, 1983)
    • EDIÇÃO: Mair Tavares
    • PRODUÇÃO: Helvécio Ratton
    • FOTOGRAFIA: Lauro Escorel
    • DIREÇÃO DE ARTE: Adrian Cooper
    • FIGURINO: Marjorie Gueller e Joana Porto
    • MÚSICA: Marco Antônio Guimarães
  •  Premiações:
    • Prêmio de Melhor Diretor - Festival de Brasília
    • Prêmio de Melhor Fotografia - Festival de Brasília
    • Prêmio de Melhor Fotografia - Festival de Cuiabá
    • Prêmio de Melhor Trilha Sonora- Festival de Cuiabá
    • Indicado Melhor Roteiro Adaptado - Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
    • Indicado Melhor Maquiagem - Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

31 de agosto de 2011

O País dos Tenentes (João Batista de Andrade, 1987)






O País dos Tenentes (João Batista de Andrade, 1987) é cheio de metáforas visuais. Focado numa crise de consciência de um militar da reserva, o personagem relembra suas participações no movimento tenentista, na resistência dos "18 do Forte", na Coluna Prestes. A partir do embate com um grande amigo, também tenente, o personagem representa uma certa contradição entre os ideais "pequenos burgueses" de sucesso pessoal e a participação em um movimento que supostamente teria interesses mais altruístas de transformação social. A estética de surto, sonhos e lembranças faz do filme uma oportunidade de reflexão sobre as idéias a respeito do papel dos militares num processo de transformação social. Realizado na década de 1980, O País dos Tenentes pode ser observado como uma reflexão, que encontra ecos na historiografia, que considera aqueles que participaram do poder após a Revolução de 1930 como traidores de uma causa primária. O personagem principal representa o grupo social militar que, da mesma forma que em 1930, teria traído os ideais daqueles militares que participaram do tenentismo "primitivo" e cujos ideais de transformação social foram suplantados a favor de interesses econômicos e elitistas. O filme, com suas imagens metafóricas, traz uma reflexão a respeito de um passado recente do Brasil. (V.A.F.)

Assista ao trailer: http://mais.uol.com.br/view/57107

  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO/ROTEIRO: João Batista de Andrade
    • PRODUÇÃO: Raiz Produções
    • MONTAGEM: Idê Lacreta
    • DURAÇÃO: 85 minutos

17 de junho de 2011

Olga (Jayme Monjardim, 2004)

Ao final, emocionante. O filme, que narra a trajetória de Olga Benário, começa em marcha lenta, com muito melodrama e estende-se por longas cenas encadeadas e sonorizadas por melodias finalizadoras. O ritmo do filme parece destoar do dinamismo possível do meio cinematográfico, e do tema abordado. Muitas elipses foram desperdiçadas. A história de Olga, no entanto, cheia de momentos intensos, vai ganhando força e o filme vai ficando mais instigante e emocionante com o passar da hora. Para os professores de história, o filme pode ser um prato de entrada que abre o apetite dos desavisados pelo passado. Os alunos podem sair do filme cheios de dúvidas, perguntas, admirações e raivas. E isso é bom, é um passo para a sensibilização necessária no ensino de história. (V.A.F.)

trailer de Olga

16 de junho de 2011

Trindadeiros (Davi Paiva e Silvio Delfim, 2009)

O filme Trindadeiros (Trindade para trindadeiros), a partir de um diálogo constante entre presente e passado, narra a luta dos habitandes da Trindade pela posse da terra, na década de 1970. O filme traz depoimentos de participantes dessa luta acirrada num momento crítico da história do país. É uma história audiovisual das batalhas e dos choques entre o "progresso" devastador e as comunidades caiçaras nas quais estão em jogo modos de vida e valores humanos e ambientais.(V.A.F)

Ficha Técnica:
Roteiro, Produção, Pesquisa, imagens, edição e direção: Davi Paiva e Silvio Delfim



O Aleijadinho, paixão, glória e suplício (Geraldo e Renato Santos Pereira, 2001)

O filme tem uma proposta interessante: narrar a vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, a partir do depoimento de Joana Lopes ao historiador Rodrigo José Ferreira Bretas. Mas, esbarra em muitas dificuldades, dentre elas os diálogos forçados e as atuações pouco convincentes. Ao longo da narrativa, o filme transborda anacronismos através de diálogos analíticos que fazem emergir da boca dos personagens idéias construídas em tempos futuros. (V.A.F.)



Trecho do filme

Ficha Técnica:
  • Direção: Geraldo e Renato Santos Pereira
  • Ano: 2001
  • Produção: Geraldo Santos Pereira
  • Direção de Produção: Jayme del Cueto
  • Direção de fotografia: Cláudio Portioli
  • Direção de arte: Paulo Henrique Pessoa
  • Roteiro e diálogos: Geraldo e Renato Santos Pereira
  • Montagem: Vera Freire
  • Cenografia: Marco Antorio Rocha
  • Figurinos: Raul Belém Machado
  • Música: Edino Krieger
  • Atores: Maurício Gonçalves, Maria Ceiça, Wilma Henriques, Antônio Naddêo

5 de junho de 2011

Tempos de Paz (Daniel Filho, 2009)

Num espaço atemporal do porão da alfândega (apesar do filme estar situado em 1945), os personagens Segismundo e Clausewits vão apresentando, aos poucos, suas memórias, inicialmente negadas. Os personagens parecem esconder o passado, no entanto, aos poucos vão narrando e assumindo as próprias identidades. No confronto entre as palavras do imigrante polonês, testemunha dos horrores da II Guerra Mundial, e as do agente alfandegário (ex-torturador da polícia política), o filme traz reflexões sobre o narrável e o não-narrável. O personagem Segismundo põe em discurso palavras sobre as torturas cometidas que Clausewits achava impossível dizer em português. Assim, é revelado a ele que o Brasil também vivenciou horrores nos "porões da ditadura" (seja a de Vargas, seja a dos militares), contrariando a imagem positiva e ingênua criada pelo imigrante. O filme, adaptação da peça teatral "Novas Diretrizes em Tempos de Paz" de Bosco Brasil, coloca em questão a memória, sua narrativa e o julgamento. Ao personificar e humanizar um torturador que mensagem o filme constrói? Essa discussão me faz lembrar de Paul Ricoeur em seu livro Memória, História, Esquecimento, no qual discute a necessidade de criar uma memória justa através do trabalho de luto, e, para isso, é necessário narrá-las. O filme coloca em questão a memória e o julgamento da Ditadura Militar. (V.A.F.)


Trailer do filme

  • Ficha Técnica:
    • Direção e Produção: Daniel Filho
    • Roteiro: Bosco Brasil
    • Montagem: Diana Vasconcellos
    • Direção de Fotografia: Tuca Moraes
    • Direção de Arte: Marcos Flaskman
    • Música: Egberto Gismont
    • Ano de Lançamento: 2009
    • Duração: 80 minutos

28 de maio de 2011

Revolução de 30 (Sylvio Back, 1980)

O filme Revolução de 30 foi produzido a partir de imagens de diversos outros filmes, sejam documentários ou ficções, do período a que se refere. Há imagens de trabalhadores do início do século XX, imagens dos tenentes revoltados em 1924, dentre muitas outras. Enquanto vemos o rico desfilar das imagens, ouvimos os comentários analíticos de Boris Fausto, Edgar Carone e Paulo Sérgio Pinheiro.

O filme pode ser assistido na íntegra através do link abaixo. 
Assista ao filme



Ajuricaba, o rebelde da Amazônia (Oswaldo Caldeira 1977)


26 de maio de 2011

Caramuru, a invenção do Brasil (Guel Arraes e Jorge Furtado, 2001)


Cartaz do filme

O filme Caramuru, a invenção do Brasil  é uma versão contemporânea da história de Diogo Alvares Correia e Paraguaçu,  registrada por Frei Vicente Salvador, e reescrita em versos e prosas ao longo do tempo (Cf. RIBEIRO). O filme cria uma  interpretação bem humorada do encontro entre brancos e indígenas. Nesse encontro, os índios não são vítimas da dominação européia, eles negociam, trapaceiam e acabam tirando proveito das situações que aparecem. No choque entre culturas as crenças do ingênuo Diogo vão sendo aos poucos abaladas pelo novo mundo. No entanto, na sátira, alguns estereótipos preconceituosos ainda são mantidos, tais como a idéia de "indolência" indígena, o canibalismo e a sexualidade acentuada. Apesar do tom bem humorado, o filme ainda é pautado num discurso civilizatório, da mesma forma que as outras reescritas dessa história. 
Um aspecto interessante, que vêm à tona em algumas cenas, é uma oposição entre representação e realidade. O pintor Diogo é ameaçado de morte por distorcer um retrato; Paraguaçu não consegue identificar um desenho de arara e a nomeia como papel, dedo, tinta, menos "arara" porque o desenho está muito diferente da arara real, no seu olhar; ao final, a narrativa do filme é identificada com a escrita de Paraguaçu, e a cena final é reescrita algumas vezes apontando para as possibilidades da escrita e da reescrita. Se bem trabalhado pode gerar alguns debates interessantes em sala de aula. (V.A.F.)

Trailer do filme



24 de maio de 2011

Filmes historiográficos

Na página "filmes historiográficos" você poderá conferir:

"Todo filme é histórico, tendo em vista que todos podem ser documentos do seu tempo. Filme histórico é considerado, por muitos, um gênero cinematográfico, tendo, portando, as suas regras e estéticas. Aqui defendo que filmes historiográficos são aqueles que, bem ou mal, propõem ou constrõem interpretações sobre o passado. E, nesse sentido, podem ser filmes historiográficos documentários, comédias, dramas, biografias, filmes experimentais, etc...Apresento aqui, sem critérios muito rígidos, uma lista (em construção) de possíveis filmes historiográficos brasileiros, agrupados por temas gerais."

22 de maio de 2011

Brava Gente Brasileira (Lucia Murat, 2000)


        
Sem vitimizar os índios o filme imagina o contato entre estrangeiros e nativos através de conflitos gerados a partir da exploração dos invasores. A narrativa do filme foi construída a partir de um fato descrito em relatórios sobre o Forte Coimbra que descreve uma espécie de "Cavalo de Tróia" criado pelos índios, de acordo com Lucia Murat. O filme ainda documenta a tribo Kadiwéu em seus gestos e falas ao transformar seus membros em atores.(V.A.F)


Trailer do filme
  • Alguns textos sobre:
    • Artigo: IMOTO. Cinema indígena, as possibilidades de um novo espaço de resistência cultural

Tiradentes (Oswaldo Caldeira, 1998)










Assista ao filme aqui
  • Ficha Técnica:
    • DIREÇÃO: Oswaldo Caldeira
    • ROTEIRO: Oswaldo Caldeira
    • MONTAGEM: 
    • ANO: 1998
    • DURAÇÃO: 124 minutos
    • CENSURA: 

Tiradentes, o mártir da independência






Os inconfidentes (Joaquim Pedro de Andrade, 1972)





Cena final do filme

Carlota Joaquina, princesa do Brazil (Carla Camurati, 1995)

Capa do DVD

O filme Carlota Joaquina, princesa do Brazil, lançado em 1995, foi  uma novidade para o árido cinema nacional da época. Com imagens e sons de boa qualidade ele escancarava na sátira aos membros da monarquia portuguesa. Com aparente abordagem inovadora, o filme "recorta" trechos estereotipados da bibliografia consultada e constrói uma colcha de situações defendendo idéias como a de que origem dos "males brasileiros" estaria no seu passado monárquico ou que a causa dos problemas seria a colonização portuguesa.
O filme é enfático em suas afirmativas e pode gerar bons debates nas aulas de História.



Trecho do filme

21 de maio de 2011

Guerra do Brasil (Sylvio Back)

Quilombo (Cacá Diegues, 1984)



O filme Quilombo narra uma trajetória de resistência e crescimento do quilombo de Palmares durante a guerra com os holandeses e a ascensão do líder Ganga Zumba e posteriormente de Zumbi. Com ricas imagens, belos cenários, elegantes figurinos e músicas envolventes o filme constrói a imagem de afro-descendentes defendendo a sua liberdade e exercendo as suas manifestações culturais no espaço comunitário e de fartura dos quilombos. (V.A.F).





Assista ao filme


  • Ficha Técnica
    • DIREÇÃO e ROTEIRO: Cacá Diegues
    • DURAÇÃO: 119 minutos
    • ANO: 1984
  • Alguns textos sobre o filme:

..

Independência ou morte (Carlos Coimbra, 1972)

Capa da cópia em VHS
Filme lançado em meio às comemorações do Sesquicentenário da Independência, ele foi, depois de pronto, incorporado à oficialidade. Apesar de comemorativo, o filme dialoga com uma tradição de interpretações sobre D. Pedro I e a Monarquia nas disputas das memórias republicanas. A partir do 7 de abril (abdicação) inicia-se um flash back no qual são narradoas as peripécias políticas e amorosas do jovem intempestuoso D. Pedro I. O filme está referenciado numa historiografia tradicional sobre o tema.

Trecho do filme

Desmundo (Alain Fresnot, 2003)





Desmundo é uma transcriação do romance histórico homônimo de Ana Miranda. Entre uma visão detratora ou edênica do Novo Mundo o filme o imagina como um inferno a partir da experiência da triste Oribela, orfã vinda do Velho Mundo para casar-se, contra sua vontade, e gerar novos povoadores. 

Trailer do filme