12 de novembro de 2011

Vlado, 30 anos depois (João Batista de Andrade, 2005)

O filme Vlado, 30 anos depois, de maneira emocionante, traz uma narrativa sobre as circunstâncias do assassinato de Vladimir Herzog.  As experiências do grupo de jornalistas, do qual também fazia parte Herzog, se mesclam e se confundem. É como se a história de um fosse a história de todos. E a história de Vlado não é apenas dele. Falar de sua morte é como falar da morte de um pedaço de cada um  dos depoentes, que compartilharam da mesma experiência. O próprio diretor é parte daquele grupo de amigos vitimados pela "briga de elefantes", inclusive, o diretor "cede" sua cadeira aos entrevistados num convite a compartilhar suas experiências. A câmera, muitas vezes na mão do diretor, gera imagens instáveis e próximas e alguns dos depoentes se expressam de maneira bastante íntima.  O filme, de forma criativa e  envolvente sensibiliza para o sofrimento daqueles que passaram pela tortura e pela arbitrariedade da violência empregada pela Ditadura Militar. Vale ressaltar um elemento, também simbólico, citado no filme, que é o capuz. Citado pelos depoentes como símbolo da tortura, ele pode ser também um símbolo do período no qual as ações clandestinas dos torturadores estavam encobertas, e do presente, pela falta de visibilidade documental. Quando poderemos tirar esse capuz? Até quando a memória será torturada pela cegueira? (V.A.F.)

Trailer Vlado, 30 anos depois


  • Ficha Técnica
    • ROTEIRO e DIREÇÃO: João Batista de Andrade
    • FOTOGRAFIA: Fabiano Pierri
    • FOTOGRAFIA ADICIONAL: Carlos Ebert
    • CAMERA: João Batista de Andrade
    • MONTAGEM: Landa Costa
    • FINALIZAÇÃO: Paula Pripas


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