O documentário Memórias Clandestinas constrói sua história pautada pelas memórias de Alexina Crespo e seus quatro filhos. Memórias pessoais, familiares, sociais e políticas. O espectador é convidado a participar dessa narrativa familiar a partir de uma antiga casa, destruída pelo tempo, na qual viveu a família nos tempos das lutas camponesas e das perseguições políticas sofridas por Francisco Julião. O documentário começa com a antiga casa, evolui a partir de suas lembranças, relatadas na casa do presente e termina com a volta para casa, o Brasil, narrando as emoções e sentimentos na volta do exílio. A casa antiga, o lugar inaugural dessa história relacionada ao movimento das Ligas camponesas, a casa do presente, o lugar do relato. Essa relação estabelecida com o espaço físico da casa se transformou num eixo narrativo, o espaço a partir do qual emergem as memórias. Assim, mesclas de imagens no presente e as lembranças da casa do passado vão compondo um mosaico de conexões entre lembranças de tempos sobrepostos. Nesse processo de rememoração o dito e o não-dito vêm à tona compondo falas e silêncios, possibilitando algumas perguntas e impossibilitando outras. (V.A.F e M.T.A)
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