10 de outubro de 2017

Nise, no coração da loucura (Roberto Berliner, 2016)

O belo filme Nise, no coração da loucura narra a presença da dra. Nise da Silveira no hospital psiquiátrico e sua descoberta do papel da arte no tratamento dos internos. Do tratamento quase animal dado aos pacientes ao tratamento humanizado que traz vivacidade para aquele espaço inicialmente deprimente. Uma biografia que enfoca um pedaço importante da vida de Nise da Silveira. Conforme declara o diretor, houve grande processo de pesquisa que pode, inclusive servir para o um documentário sobre a personagem. 
No entanto, há um aspecto, em termos dramáticos, que chama a atenção. A personagem forte e exaltada de Nise parece não ter permitido a construção de um personagem que se transforma ao longo do filme. Na minha impressão, o personagem inicia a narrativa do filme forte, altiva e decidida, como se já soubesse o que queria fazer. Claro que isso não é um problema. No entanto, no processo dramático, é importante perceber a transformação do personagem diante dos obstáculos enfrentados. 

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Entrevista com atores

Entrevista com diretor



Imagens do Inconsciente



Xica da Silva (Cacá Diegues, 1976)





O filme Xica da Silva pode ser lido como uma alegoria da burguesia brasileira que é vendida e se associa aos elementos errados: em vez de se associar ao povo da terra, aos estudantes que lutam contra a coroa, prefere ser algo que não é vestindo roupas da corte e se associando ao elemento estrangeiro e do poder estabelecido. Mas, é claro no filme que, se Xica da Silva tem seus momentos de poder, esse também é muito limitado, não vai além do entorno da sua vida. E, no final das contas, só pode contar com o estudante para lhe amparar. O filme, através de alegorias, apresenta as escolhas políticas possíveis para a transformação do presente(V.A.F)








Joaquim (Marcelo Gomes, 2017)


Na entrevista, o diretor Marcelo Gomes fala sobre o processo de pesquisa e leitura das biografias sobre Joaquim José da Silva Xavier. E, a questão principal que pautou o filme foi o processo de construção de consciência política do personagem Tiradentes. Ele indica as controvérsias dos historiadores em relação à importância ou não de Tiradentes e, também, as lacunas de informações sobre sua vida. Desta forma, diante da falta de informações, o cineasta constrói uma ficção pautada pela ideia de que o iluminismo, influenciando a elite, também influenciou, indiretamente, o personagem. No entanto, o que teria feito o alferes mudar de paradigma seria a convivência com os africanos e mestiços. 

Entrevista com o diretor Marcelo Gomes na TV JC (20/04/2017)

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